
Em 1912, Austreclino José de Oliveira, pernambucano da cidade de Triunfo, chegou ao povoado de Garrotes, onde adquiriu um sítio, objetivando residir com os seus familiares. Instalou uma loja de tecidos e nas horas vagas, lecionava em uma escola particular de sua propriedade. Considerado um intelectual, dominador da língua portuguesa, do latim e do inglês, logo conquistou a simpatia de inúmeros alunos que moravam nas cidades próximas e convergiam ao seu estabelecimento, aumentando cada vez mais a sua fama e despertando a admiração da classe política. O professor tornou-se figura obrigatória em todas as festividades e por diversas vezes manifestou o desejo de ingressar na vida pública. A concorrência, no entanto, o afastava desse sonho, época em que mandava em Piancó o deputado Felizardo Leite, Padre Aristides e Antônio Moreira, todos os representantes do mestre.
Eleição
de 1916.
No
momento em que foi votar o professor Austreclino José de Oliveira, ao ser perguntado pelo
presidente da mesa; - A quem pertence o seu voto? A resposta veio original, sem
qualquer constrangimento, - "Sou brasileiro, sou eleitor, o voto é livre,
voto com a legalidade do título e com minha consciência. A urna dirá".
Por
ser considerado algo inaceitável para época, o voto acabou sendo anulado. Quem
venceu as eleições foi o Padre Aristides. Divulgou-se que talvez o professor Austreclino
José de Oliveira, teria votado no Padre, mas devido a sua criatividade não
soube ao certo em quem ele votou. De 1916, ano que ocorreu o episódio do voto
de Austreclino José de Oliveira a oficialização do voto secreto em 1934 havia
se passado 18 anos.
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